quarta-feira, 18 de maio de 2016

Rainha dos Mártires

Regina Martyrum, ora pro nob

A mulher estava vestida de púrpura e escarlate...do sangue dos santos e do sangue dos mártires de Jesus (Apocalipse 17)




is.

"O mártir é, por definição etimológica, uma testemunha", nos ensina o Padre Paschoal Rangel.
Ele dá testemunho de amor total para com Cristo, amor capaz de enfrentar a tortura e a morte para ser fiel até o fim. O específico do martírio cristão não é sofrer e morrer por uma causa boa. É ser um sofrimento e uma morte, que signifiquem uma espécie de batismo na fé e nos unam ao sofrimento e à morte de Cristo.Todo martírio é, neste sentido, uma "com-paixão" e, por conseguinte, uma "cor-redenção", no sentido expresso por São Paulo: "Completo em minha carne aquilo que falta à paixão de Cristo, pelo seu corpo que é a Igreja" (Cl 1,24). É nesta acepção mais estrita que se fala aqui de martírio e é exatamente nesse sentido que Maria é chamada "Rainha dos Mártires". Não porque Ela tenha morrido fisicamente, enfrentando algozes e suplícios corporais. Deste modo, ela não foi mártir. Mas porque Ela pôde ser, para todos os mártires, uma fonte de força e de inspiração para o martírio.De uma coisa não podemos duvidar: Ela estava preparadíssima para resistir a todas as torturas e à morte, se tivesse sido a vontade do Pai, para permanecer fiel ao amor de Cristo. Mais que isto, Ela foi, de fato, a que, primeiro e acima de qualquer outro, participou, na maior profundidade, da paixão do Redentor. Escreveu um dia São Paulo, num arrebatamento místico: "Estou concrucificado com Cristo" (Gl 2,19). Se São Paulo, imaginem Maria. Neste sentido é que dizia São Bernardo: "As chagas de Cristo morrendo eram chagas da Mãe doendo" (De Lament. Virg)A respeito, escreveu o Cardeal Suenens: "Quanto o amor de Maria por Jesus a tornava vulnerável! Vivendo bem mais nele que nela mesma, recebia todos os golpes que o atingiam. Ela teria morrido com suas feridas mortais, se o Pai o tivesse permitido. A lança do soldado que abriu o lado de Jesus, traspassou o coração da "Mater dolorosa". A com-paixão de Maria é a própria paixão de Jesus, penetrando sua alma". Por isso, os Santos Padres a chamavam de "Socia Passionis", a sócia, aquela que participa da Paixão e a ela se associa. (...) A cruz da Virgem Santíssima é a própria cruz de seu Filho. No Calvário, uma única oblação une dois corações que formam um só". (L. J. SUENENS, Maria, Advogada Nossa).Os imensos sofrimentos de Maria, o mistério (notem: o "mistério") do seu envolvimento na Cruz de Cristo, sua união de coração e intenções a Jesus Mártir, Testemunha do Pai, tornam a Virgem, sem forçar nada, Rainha dos Mártires. Rainha a quem pedimos que rogue por todos os cristãos que precisam de dar testemunho de fidelidade e de um autêntico e valente amor a Deus e ao irmão. (RANGEL, 1991)












Notas:

RANGEL, Paschoal. Maria, Maria.... Belo Horizonte: O Lutador, 1991.


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