quarta-feira, 18 de maio de 2016

Rainha de Todos os Santos

Regina Sanctorum omnium, ora pro nobis.

Acontecerá, no fim dos tempos, que a montanha da casa do Senhor será estabelecida no ápice das montanhas (Miquéas 4)





"Esta invocação - nos diz o Padre Paschoal Rangel - de algum modo resumia os louvores a Nossa Senhora e antigamente encerrava a Ladainha".

Mas "Rainha de Todos os Santos" conclui os títulos anteriores de Rainha dos Anjos, dos Patriarcas (...) Todos os santos a veneram, nela se alegram, nela se apoiam, com ela entoam louvores ao Senhor. "Ela é rainha de todos os santos na terra e no céu" - escreveu Santo Anselmo.Essa realeza de Maria se funda na sua íntima e singular união com Deus. União que vem da escolha, livre e misteriosa, que Deus fez dela para sua Mãe; do amor particularíssimo que Deus teve para com ela. Não falamos de mistério por falar. Porque, afinal, as escolhas de Deus antecedem os nossos méritos. Ele não nos escolhe porque somos bons, mas somos bons, porque ele nos escolheu.Prestem atenção nestas palavras de São Paulo: "Sabemos que tudo concorre para o bem dos que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo sua vontade. Aqueles que de antemão conheceu, a esses predestinou a serem conformes à imagem de seu Filho (...) E os que predestinou, a esses também chamou, e os que chamou, também justificou. e os que justificou, também glorificou" (Rm 8,28-30).É assim que ele escolher Maria: "Com amor eterno eu te amei" - ele pode dizer dela como disse de Jeremias, "e por isso te seduzi" (Jr 31,3).Embora as missões e os carismas sejam mais para os outros do que para a pessoa que os recebe, dificilmente se poderia conceber a Mãe de Deus indigna, mal preparada, dando à luz um filho divino, sem ter sido interiormente trabalhada naqueles nove meses privilegiados de gestação pelo Espírito Santo e pelo próprio Filho que a habitava silenciosamente, não, porém, passiva e inconscientemente. A santidade da Virgem Mãe só fazia crescer e intensificar-se a cada dia.Daí que Santo Tomás de Aquino tenha podido escrever, com a aparente frieza de suas frases sem adjetivos: "A humanidade de Cristo, pelo fato de sua união com Deus; a beatitude criada (no céu), pelo fato de ser fruição de Deus, e a bem-aventurada Virgem, pelo fato de ser Mãe de Deus, têm uma espécie de dignidade infinita por causa do bem infinito, que é Deus. Por este lado, não se pode fazer nada de melhor do que essas três coisas, assim como não pode haver nada melhor do que Deus".Mais solto, Santo Epifânio escrever: "Com exceção de Deus, Tu és, í Virgem, superior a todas as coisas". E nós ficamos com nossa invocação: Rainha de Todos os Santos, rogai por nós. (RANGEL, 1991)









Notas:

RANGEL, Paschoal. Maria, Maria.... Belo Horizonte: O Lutador, 1991.

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