quarta-feira, 18 de maio de 2016

Rainha da Paz

Regina pacis, ora pro nobis.



Raínha de Paz, de Guido Galli (1)

A festa de Nossa Senhora da Paz - diz-nos o Padres Pascoal Rangel - é muito antiga, vem do século XII. Mas a invocação só foi introduzida na Ladainha em 1917, pelo Papa Bento XV, que vivia o terrível clima da I Guerra Mundial".
Rainha da Paz, rogai por nós, trazei-nos a paz. Não só a paz negativa da ausência de guerra quente. Mas os valores positivos do shalom bíblico, da paz que nasce da fraternidade, da justiça, da solidariedade. Uma paz cheia, substanciosa. Ninguém se entusiasma só porque não há tiros e não caem bombas sobre populações inquietas, embora possa significar alguns prejuízos e sustos a menos. Mas quanta vez paz está contaminada pela injustiça, pela opressão, pelo avanço da violência, contra a qual ninguém se levanta, por medo de violência física maior. E o poderoso, o injusto continua. E leva sua dominação até a esquina de sua rua, o balcão do seu lar, seu quarto de dormir, sua mesa de jantar...Que a Rainha da Paz, daquela paz que só o Cristo pode dar (a certeza de estar amando, a tranquilidade da consciência, a convicção de estarmos lutando pelo bem comum) - que a Rainha da Paz nos traga essa paz, nos ajude a conquistá-la.O Profeta Isaías descreve o reino do SHALOM (Is 65, 17-23). Shalom é a alegria de viver que o amor traz, a certeza que vem da confiança mútua, da ajuda mútua.A paz pode até conviver com a dos, o sofrimento, Ela não pode conviver com o ódio. A inveja. A vingança. O desprezo do irmão. A injustiça e a violência. A paz perfeita, certamente, não é desta terra. É um bem messiânico. Mas pode ser preparada aqui e mesmo experimentada na medida compossível com o pecado original. No pensamento de Deus, a paz perfeita é o Reino de Deus realizado, são novos céus e nova terra, onde "das coisas passadas não haverá mais memória"... "Os homens edificarão casas e as habitarão. Plantarão vinhas e comerão seus frutos. Não acontecerá que eles edifiquem, e seja outro que habite", como disse Isaías.A paz são essas coisas simples e fundamentais: a alegria de construir e usufruis; a certeza de ver reciprocamente respeitados nossos direitos; poder sair à rua sem medo de não voltar; ser amigo sem traição, a consciência deixando-nos dormir sem sobressaltos.Para que tudo isso e muito mais aconteça, Rainha da Paz, rogai por nós. (RANGEL, 1991)










Notas:


1 - A Rainha da Paz, de Guido Galli!
Bento XV, em 1918, em ação de graças pelo final da Primeira Guerra Mundial, pediu que o escultor romano Guido Galli fizesse a estátua de Maria, Rainha da Paz, que ainda hoje pode ser admirada na esplêndida Basílica de Santa Maria Maior, em Roma.
A Virgem Maria é representada sobre um trono de mármore. Da sua cabeça, cai um manto que se desdobra em ondas suaves. As vestes são longas. Fechado sobre o peito há um laço, e Maria é adornada por um fino bordado com arabescos.
Os olhos de Maria se voltam para baixo: seu olhar é triste e severo. Ela alça a mão esquerda para o alto e parece dizer:“Chega! Nunca mais a guerra!”.
A mão direita sustenta docemente o Menino Jesus, que está de pé, esperando um sinal da Mãe para deixar cair o ramo de oliveira que segura na pequena mão direita. Aos pés do trono, uma pomba com as asas abertas observa o ramo de oliveira, pronta para recolhê-lo tão logo o Rei Menino o deixe cair. À base do trono, rosas e lírios indicam os frutos da beleza e da renovação que só a paz divina pode dar.
Contemplando a imagem de Maria, Rainha da Paz, do profundo do coração, unamo-nos ao grito de toda a humanidade, implorando: “Maria, Rainha da Paz, rogai por nós!”.


RANGEL, Paschoal. Maria, Maria.... Belo Horizonte: O Lutador, 1991.

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