sexta-feira, 13 de maio de 2016

Pra Começo de Conversa

"Pra Começo de Conversa",


Primeiro número de O Lutador.


        este era o título da coluna editorial que o Padre Paschoal Rangel, SDN (17/5/1922 - 24/4/2010), manteve durante anos e anos no Jornal O Lutador, jornal dos Missionários Sacramentinos de Nossa Senhora, fundado pelo Servo de Deus, Padre Júlio Maria de Lombaerde.

Pe Paschoal é o autor do livro Maria, Maria...Ladainha: invocações e metáforas feitas para louvar, que nos serve de inspiração para escrever este blog. Em sua homenagem, então, manteremos esta página que funcionará como um pequeno editorial.

Padre Paschoal Rangel


__Paschoal Rangel: homem da Igreja e da família__

Dizer que alguém é da Igreja e da família é uma redundância. Se alguém é da Igreja, necessariamente será um homem da família; e se alguém é verdadeiramente da família, tem que ser um homem da Igreja. Deus se fez família. Deus É família!

Este o legado que o nosso Tio Paschoal nos deixou: apesar das suas múltiplas exigências na tarefa de sacerdote, nunca deixou de estar sempre pronto para atender à também exigente família consanguínea, sua "Igreja Doméstica".
Tio Paschoal com os irmãos:
 José, Elmo, (Paschoal), Toninho, Genaro, Romário.
As irmãs: Regina, Terezinha e Maria das Dores.

A gente, às vezes, se esquece de perscrutar as palavras para melhor entendê-las, e captar toda a beleza dos seus significados. Tio Paschoal era um "detetive da palavra". Ele nos lembraria que "padre" quer dizer "pai", e se formos mais longe, "o pão da família".

Nas Bodas de Ouro dos Pais: Alcino e Rosa.


Tenho certeza, que lá onde se encontra agora, no convívio e intimidade com a Virgem Maria - que tanto amou -, na presença de Deus. de seus anjos e de seus santos, faz crescer, a cada dia, o número dos seus filhos.

Sobre o sacerdote Paschoal Rangel, transcrevo as palavras de Solange Malosto em Pe. Paschoal: um teólogo com a Igreja. Diz ela, nas vésperas de quando o Pe Paschoal completaria 60 anos de sacerdócio:



01-Nov-2006 No próximo dia 08 de dezembro, Pe. Paschoal Rangel completará 60 anos de vida presbiteral. Quantas experiências a contar! Alegrias, realizações, desafios e dificuldades encontradas no exercício do seu ministério. Tinha apenas 24 anos quando foi ordenado padre. Era bastante jovem, mas aprendeu do próprio fundador, Pe. Júlio Maria, que a juventude é sinônimo de ousadia, realização de projetos, conquistas e confiança em Deus
Uma figura simpática, que não deixa a abundância da idade ofuscar o bom humor, a serenidade e a alegria de ser religioso presbítero da Congregação dos Missionários Sacramentinos de N. Senhora. Essa é a primeira impressão que Padre Paschoal Rangel deixa quando alguém o procura para bater um papo, que pode ir do simples ao mais erudito assunto.
Prestes a completar 60 anos de padre, com os seus 84 anos de idade, o religioso Sacramentino costuma ainda recordar fatos importantes de sua caminhada vocacional.
Uma pessoa muito especial na vida deste religioso é Frei Geraldo, irmão propagandista do Jornal “O Lutador”, que certo dia chega à casa dos “Rangel” e pergunta a Dona Rosa Selliti mãe do pequeno Paschoal se ela conhecia alguém com vontade de ser padre. Logo Dona Rosa lembrou do entusiasmo que o Paschoalzinho demonstrava ao ler a história dos primeiros padres missionários do Brasil.
Depois de um certo tempo, Alcino de Abreu Rangel e seu filho Paschoal partem para Manhumirim com o objetivo de engrossar as fileiras da Congregação Sacramentina. Foram acolhidos pelo próprio fundador Pe. Júlio Maria De Lombaerde, que a partir daquele dia seria o responsável pelo pequeno castelense.
Na despedida, o sr. Alcino fala para o Pe. Júlio: “Toma esse dinheiro para comprar umas balas para o menino.” - Respondeu o Pe. Júlio: “Não se preocupe, quem quer ser padre não chupa balas.” Pe. Paschoal ainda lembra da vida austera que os primeiros sacramentinos levavam. Pe. Júlio Maria queria que a Congregação tirasse do seu trabalho o próprio sustento. Além de rezar e estudar, trabalhar também fazia parte da vida do Seminário de Manhumirim. 

Segundo Pe. Paschoal, naquele tempo se costumava falar de carisma e espiritualidade da Congregação, mas ele começou a entender isso a partir da convivência com o Fundador. Viu sua vida se realizando na missão Sacramentina. Depois de ordenado, desempenhou várias funções na Congregação: diretor e professor do Seminário Apostólico (Manhumirim), conselheiro geral, pároco, vigário paroquial e diretor do jornal “O Lutador” (1967-2002) e fundador da Revista de teologia Atualização. 

A missão deste Sacramentino se fez em grande parte através da comunicação, evangelizando, instruindo e informando pelas linhas de “O Lutador”, que em tempos passados fora o jornal mais lido do Brasil. 

Ao ser perguntado sobre qual o conselho que o experiente religioso daria aos mais jovens sacramentinos e àqueles que um dia pretendem abraçar esta vida, diz: “Quanto mais o padre reza, menos deixa o sacerdócio, por isso é preciso rezar e sobretudo aprender a rezar com a Igreja. 

Outra coisa que gostaria de dizer consiste na importância do estudo da teologia, cultivando o amor às leis da Igreja, vendo nelas normas de santidade. Já dizia Derrida: 'Contra o capitalismo só uma coisa: a santidade'; e León-Bloy: 'Só há uma tristeza: a de não ser santo’.” 

Pe. Paschoal é exemplo de resistência, coragem e determinação. Auxiliado pela graça de Deus, acreditou em seus talentos. E hoje apesar da sua idade avançada continua lutando como o bom Lutador de Cristo e o filho espiritual do Pe. Júlio Maria. Escreve vários artigos, enfim vive a sua missão presbiteral feliz.


Querido Tio Paschoal, como sempre fizestes na terra, te peço que agora do Céu, ainda mais: Orai por nós!

Niterói, 16 de Maio de 20016
Festa de São João Nepomuceno,  Padroeiro dos Diretores Espirituais.





Notas:

1 - A Igreja perde um grande Sacerdote. Por Murilo Badaró.
2 - Francisco: humildade, firmeza e misericórdia. Por Cardeal Orani Tespesta,
3 - O Compromisso Cristão Pós-Crismal. Fr Matheus Garbazza.

Crédito:
Primeira Edição de "O Lutador": Obras do Padre Júlio Maria de Lombaerde
Álbum de Família: Cedidas por Renata Raemy Rangel

Um comentário:

  1. Prezado Cláudo,
    Meu nome é Gustavo Coelho Marins, estou a procura de seu Tio Paschoal pois, ante a novas decisões dos tribunais superiores, ele passou a ter direito de revisar sua aposentadoria e receber alguns atrasados que somam um montante considerável. por favor entre em contato comigo para eu explicar melhor essa tese.
    um forte abraço e parabéns pela publicação.
    coelhomarinsadvocacia@gmail.com e 28 99881-3455

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