quinta-feira, 19 de maio de 2016

Mãe Admirável

Mater admirabilis, ora pro nobis.

...porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado; a soberania repousa sobre seus ombros, e ele se chama: Conselheiro admirável, Deus forte, Pai eterno, Príncipe da paz. (Isaias 9: 5)





Iniciemos, mais uma vez, com a reflexão do Pe Paschoal Rangel - as quais têm sido um leitmotiv nestes estudos - sobre esta invocação: Mãe Admirável. Diz-nos ele:
É a admiração que fez nascer a filosofia – ensinava Platão, repetiu-o Aristóteles. Admiração não é apenas o susto, a estupefação diante do inesperado, do superior, do escondido de repente descoberto. É também um sentimento que leva à busca, à investigação, à construção do novo, ao encontro com o Ser em suas origens.
Quando a Igreja chama Nossa Senhora de Mãe Admirável é um pouco por tudo isso: ela quer expressar o “espanto” diante de tudo o que Deus fez em Maria. A própria Virgem ficava espantada com as coisas que o Pai realizava nela: “O Senhor fez em mim maravilhas: santo é seu nome”.
A liturgia aplica a Nossa Senhora as palavras do Cântico dos Cânticos (9,3), quando o Esposo se refere à Amada: “Minha irmã, minha esposa, tu me feriste o coração”. A tradução grega dos Setenta usa palavras um pouco diferentes e diz: !Tu me deixaste estupefato o coração”. Isto é, meu coração ficou espantadíssimo, atônito, contigo. O espanto, a estupefação é uma forma de intensa admiração.
Há coisas de espantar, realmente, na vida de Maria, como quando o Evangelho nos diz que um Anjo a consultou sobre se queria ser a mãe de Deus, ou que “Jesus lhe era submisso” (Lc 2,51). Ou quando ela não se intimida ao ver aparentemente zangado com o pedido dela nas Bodas de Caná, e quando, mesmo depois da recusa dele (“ainda não chegou a minha hora”), ela diz tranquilamente aos criados: “Fazei tudo o que Ele vos disser”.
Os Evangelhos são sobriíssimos com relação a Maria. Entretanto, deixam entrever-lhe a fidelidade absoluta, a humildade total, a docilidade ao mistério, a esclarecida submissão, a longa capacidade de aprender...
Por tudo isso, a Igreja coloca na boca do Povo de Deus em oração as palavras encantadas do Cântico dos Cânticos: “Quem é essa que sobre do deserto com um leve vapor perfumado, de mirra e de incenso e de toda espécie de aromas?” (Ct 3,6). Ou ainda: “Quem é essa que avança como a aurora ao levantar-se, bela como a lua, brilhante como o sol e terrível como um exército em linha de batalha?” (Ct 6,2).
Santo André de Jerusalém chamou-a “officina miraculorum”, que eu ousaria traduzir por “fábrica de admirações”; São Boaventura escreveu sobre ela um Speculum beatae Virginis (Espelho da Virgem), onde se diz que tudo o que pode haver no céu de mais belo, de mais suave, de maior na glória dos santos, tudo isso existe em Maria.
Podemos, pois, invocá-la com toda razão: Mãe Admirável, rogai por nós.  (RANGEL, 1991)






Mater Admirabilis  (Pauline Perdrau)


Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt




Conheça a história da Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Shoenstatt  e o Movimento Apostólico de Shoenstatt










Notas:

RANGEL, Paschoal. Maria, Maria.... Belo Horizonte: O Lutador, 1991.

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