quinta-feira, 19 de maio de 2016

Casa de Ouro - Santuário da Presença Divina

Domus aurea, ora pro nobis

 ...ouro para os batentes da porta do santuário, o Santo dos Santos, e da porta do templo, o Santo. (I Reis, 7)


"Depois de chamar-lhe "Torre de Davi", a Ladainha lhe chama, de alguma forma, "Templo de Salomão". É do Templo que se diz no Primeiro Livro dos Reis (6,22): "Não havia nada no Templo que não estivesse coberto de ouro". Era, pois, a "Casa de Ouro", ou a "Casa Dourada"", diz-nos o Padre Paschoal Rangel.
Esse ouro pode ser a graça de Deus, o amor, a fé sem dúvidas, a esperança sem nenhum temor. Ouro preciosíssimo, pois a graça de Deus é Deus mesmo em nós, Deus fazendo de nós sua morada: "Por acaso não sabeis que vossos membros são templo do Espírito Santo?" (1Cor 6,19). E São Paulo já o dissera: "Vós sois o templo de Deus, e o Espírito Santo habita em vós" (1Cor 3,16).Esse ouro pode ser ainda a oração feita em espírito de amor: "Minha casa é uma casa de oração" (Lc 19,46); ou a Sabedoria, de que fala Salomão: "A Sabedoria construiu para si uma Casa, nela esculpiu sete colunas" (Prov 9,1). São Bernardo, comentando esse texto, aplicou-o à Virgem Maria: "Casa Virginal, sustentada por sete colunas, porque enriquecida pelos sete dons do Espírito Santo: o dom da sabedoria, da inteligência, do conselho, da fortaleza, da ciência, da piedade e do temor de Deus" (Serm 2 de Assumptione B. Mariae).Maria, casa dourada do Amor do Pai, da filialidade do Verbo, da Sabedoria do Espírito, rogai por nós. A gente precisa tanto dessa oração que, sem ela, seremos casa em ruína, não teremos como abrigar em nós o Espírito de Deus, e nossos membros se entregarão à profanação.Casa de Ouro, Mãe de Deus e nossa, comunicai-nos um pouco de vossa incorruptibilidade. Até o marfim perde a cor e precisa, ao envelhecer, de ser tingido de púrpura. O ouro, não. O tempo pode depositar sobre ele sua pátina, ele pode estar sumido debaixo do pó, mas na hora em que se limpa - séculos depois - como aconteceu com o teto da Capela do Mosteiro de São Bento no Rio, ele volta a brilhar com um esplendor tão grande que espanta os olhos, deslumbrados. Dai-nos um pouco dessa resistência e perdurabilidade do ouro, ó vós, Casa de Ouro. (RANGEL, 1991)


















Notas:


RANGEL, Paschoal. Maria, Maria.... Belo Horizonte: O Lutador, 1991.

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